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Desigualdade trava avanço econômico e social

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[Foto: Gov/ES – Chuvas no Espírito Santo]

Relatório da ONU mostra que a inovação tecnológica, a mudança climática, a urbanização e a migração internacional estão afetando as tendências de desigualdade. Os países tropicais são mais prejudicados pela mudança climática e os mais pobres se tornarão ainda mais pobres se nada for feito. O aumento do índice de Gini no Brasil foi destaque do documento

Dois terços, ou 71% da população mundial vivem em países onde a desigualdade social e de renda está aumentando. É o que informa o Relatório Social Mundial 2020 das Nações Unidas lançado em 21 de janeiro, no Fórum Econômico Mundial, em Davos. De acordo com o documento, o Brasil está entre os países que passaram recentemente a engrossar esse triste índice: “A desigualdade no Brasil, que havia sido reduzida nas últimas décadas, está aumentando novamente”, diz o documento. O mesmo não acontece no conjunto dos países da América Latina e Caribe, onde média do índice de Gini, indicador que mede o grau de concentração de renda (varia de 0, perfeita igualdade, a 1, desigualdade máxima) vem diminuindo.

Produzido pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, o estudo, intitulado Relatório Social Mundial 2020: desigualdade num mundo que muda rapidamente, apresenta um panorama, segundo o qual desde 1990 a desigualdade de renda aumentou na maioria dos países desenvolvidos e em outros países de renda média, incluindo China e Índia.

Apesar do progresso em alguns desses países, renda e riqueza estão cada vez mais concentradas no topo. A parcela da renda destinada ao 1% mais rico da população aumentou em 46 dos 57 países ou regiões analisados no período de 1990 a 2015. Já os 40% da base da pirâmide social obtiveram menos de 25% da renda em todos os 92 países que apresentaram os dados necessários.

O relatório apresenta estudos que mostram de que modo a inovação tecnológica, a mudança climática, a urbanização e a migração internacional estão afetando as tendências de desigualdade. No caso do clima, o documento lembra que apesar de as emissões estarem aumentando e as temperaturas subindo de forma global, os impactos climáticos não são sentidos de forma uniforme no mundo. Os países tropicais são mais afetados negativamente e os mais pobres se tornarão ainda mais pobres se nada for feito.

Alerta, ainda, que a mudança climática deverá aumentar a desigualdade, afetando também as políticas desenvolvidas para combater seus efeitos. Nas medidas adotadas em relação ao clima, o documento sugere que se protejam as famílias de baixa renda, pois impactos devem reduzir oportunidades de trabalho, especialmente nos países mais afetados.

No prefácio da publicação, o secretário-geral da ONU, António Guterres, escreve: “Mudanças tecnológicas, migração, urbanização e mesmo a crise climática podem ser aproveitadas para um mundo mais sustentável e justo, ou podem nos dividir ainda mais”, afirma. “Tanto no Norte como no Sul, protestos em massa reacendem, alimentados por uma combinação de males econômicos, crescimento das desigualdades e insegurança no trabalho. Disparidades de renda e falta de oportunidades estão criando um ciclo vicioso de desigualdade, frustração e descontentamento em várias gerações”.

Mas, para Guterres, os rumos tomados são complexos não são irreversíveis. “O Relatório Social Mundial 2020 enquadra o debate sobre como reduzir a desigualdade nesses tempos turbulentos. Juntos, devemos desafiar o status quo e tomar medidas para enfrentar desigualdades profundas e emergentes de uma vez por todas.”

O estudo completo pode ser acessado aqui.

 

 

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